quinta-feira, 23 de abril de 2009

A torre abandonada

A história é já muito conhecida por estas bandas. A Torre do Àlamo é muito falada, talvez pelo facto de estar abandonada. Ao certo, ninguém sabe o que foi, a quem pertenceu e porque nunca ninguém se preocupou com a sua presevação. Foi já motivo de reportagens por parte de vários órgãos da comunicação social, que se limitam a especular sobre a sua existência.



O Câmara Indiscreta dedicou, então, algum tempo à mítica história que, se de verdade tem alguma coisa, ainda não o conseguimos descobrir. Na Junta de Freguesia de Casa Branca conta-se a 'versão camoniana'. A lenda não é de todo certa e está envolta em alguma confusão.

Contam os albidomenses que a Torre, também chamada de 'Torre de Camões' serviu de prisão a Vasco Peres de Camões (trisavô de Luis de Camões e Alcaide Mor da Vila de Cano), cúmplice de D. João de Castela na Batalha dos Atoleiros. Acrescentam ainda que foi na Torre que Camões escreveu parte da sua obra 'Os Lusíadas'. Consta, na Casa Branca, que a Herdade do Àlamo, onde permanece a magnífica Torre, pertenceu em tempos à família de Camões. Os registos nada provam ou desmentem e só há bem pouco tempo se iniciaram estudos mais aprofundados para desmistificar a lenda.






A maior parte da população do Concelho de Sousel não sabe explicar a origem da Torre. Muitos, desconhecem a sua localização. Outros desconhecem até a sua existência.

O local é de uma beleza extrema, de uma tranquilidade absoluta...

A Torre ergue-se no meio da planície verdejante. Perto, existe um pequeno aqueduto em ruinas, rodeado por um lago imenso que espelha o céu.Misteriosa, devido talvez a tantas histórias já contadas sobre a sua origem. Segundo alguns textos recolhidos, crê-se que a Torre, de aspecto militar, foi construída em meados do século XV.




Imperiosa, rasga a paisagem num lugar aparentemente mítico que vale a pena visitar...

7 comentários:

  1. É algo que todos sabemos, afinal a torre está ali desde sempre! Hiper-valorizada por uns? Desacreditada por outros? Terá seguramente o sua história para contar... iremos um dia compreendê-la.

    De qualquer forma, considero que a desigual perspectiva que nos ofereceste marca toda a diferença. Incentiva a evasões “caseiras”, compreenda-se incursões pelo nosso concelho…

    Estou certo de que depois da tua visita, mais algumas se seguirão (eu vou lá voltar seguramente!).

    Nota: Texto de agradável leitura! Parabéns pelas fotos, conseguiste captar a essência do local… e a música..claro.. a música..

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  2. Bem pelos vistos não sou eu o único a desconhecer a torre e a lenda, mas com esta reportagem só da vontade de lá ir ver…

    Já deu para reparar que és tão boa jornalista como fotografa, das nos mimos com estas reportagens e depois ficamos mal habituados looooool.

    Mais uma vez muito bem trabalhado Sara ;)

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  3. bem para alem de ser uma optima jornalista, a sara revela ter um grande talento para fotografia!
    :D
    esta reportagem é mais um alerta para cuidarmos do nosso patrimonio!

    parabens!

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  4. Confesso que o nome "Torre do Álamo" me soa familiar mas não tinha ideia do que era, nem tão pouco onde se situa. Fiquei, então, a conhecê-la por estas magnificas fotografias e pela tua descrição (consegui imaginar o lago e as ruinas :), digno de um Eça de Queirós). Uma peça bem escrita e um blog que já adicionei aos meus favoritos, pois vale apena visitar.

    Um beijinho

    Dulce

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  5. Os meus parabéns a esta iniciativa.Trata-se de mais uma excelente montra para dar a conhecer o concelho de Sousel aos seus residentes e aos seus visitantes. A quem não conhece esta zona aproveito para indicar que entre a Torre e a Vila de Cano existem um interessante conjunto de aquedutos e de azenhas em ruínas e fornos de carvão vegetal que também vale a pena visitar. Aproveitem para descobrir o lado escondido do concelho de Sousel através da Câmara Indiscreta e contar com a ajuda do Posto de Turismo de Sousel. Aproveitem para (re)descobrir a nossa terra.

    Com os melhores cumprimentos,

    Daniel Casado (Posto de Turismo de Sousel)

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  6. Parabéns pelo interessante artigo. Pelas imagens não restam dúvidas de que se trata de um lugar místico. Apenas para acrescentar que alguns genealogistas, tal como Alão de Morais e Felgueiras Gayo, documentam um Duarte de Camões da Câmara (ou de Távora), como Senhor da Herdade de Camões, provavelmente na primeira metade do séc. XVI. Este Duarte de Camões tinha parentesco, em 4.º e 5.º graus de consanguinidade, com o célebre poeta Luís Vaz de Camões. Esta Herdade de Camões seria, ao que tudo indica, a mesma herdade que actualmente dá pelo nome de Herdade do Álamo, na qual se situa a Torre de Camões. A título de curiosidade, atrevo-me a acrescentar que em 1727 era lavrador da Herdade de Camões, Tomé Coelho, natural de S. Domingos do Maranhão, meu ascendente.

    Cumprimentos,
    Luís Projecto Calhau

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  7. Bom post!
    Na realidade sei que as fundações da torre remontam ao período romano (procurar Mário Saa - Grandes vias da Lusitânia)...

    Tenho também alguns dados novos sobre os camões. A seu tempo os divulgarei...
    João Richau

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