segunda-feira, 15 de junho de 2009

Onde o mar se entrelaça com o campo



Falamos de um Alentejo profundo, onde o campo e a água se entrelaçam, ocultando as maravilhas de uma paisagem pouco pressionada pelo Homem. O Câmara Indiscreta partiu à descoberta desse lado da planície dourada matizada com os tons de azul das águas da Barragem do Alqueva, do verde dos montados e da vegetação mediterrânica que abafa espécies raras de fauna e flora.







Nos caiaques da Amieira Marina, navegámos no maior espelho de água da Europa, usufruindo de momentos de rara beleza entre ilhas selvagens e aldeias ribeirinhas que guardam nas suas gentes as memórias de outros tempos vividos sem água. Dias serenos e de contacto privilegiado com a natureza são também passados em terras raianas.
A cultura, o património, a beleza natural, a gastronomia, a hospitalidade das gentes alentejanas permitem a cada visita encontrar um novo Alentejo e viver extraordinários momentos de evasão.
Mas porque há muito mais para descobrir neste lago, sentámo-nos a bordo de um caiaque e rasgámos as águas ao sabor do vento. Ilhas e ilhotas rebentam no profundo azul do Alqueva. A escassos quilómetros da marina, cardumes de peixes nadam lado a lado com as embarcações.


Aqui, navega-se ao ritmo ideal para gozar de toda a envolvência e na tranquilidade de um paraíso construído, os problemas ficam na margem, entramos num admirável mundo novo onde apenas ouvimos os ruídos da natureza e respiramos o ar puro do Alentejo. Num percurso tranquilo, desfrutamos de uma paisagem esplêndida em que a água reflecte os sobreiros e azinheiras e espelha os voos rasantes das aves…elementos únicos num quadro perfeito, pintado a pensar no descanso que o grande lago pode proporcionar.





O Prémio BES Biodiversidade 2009 veio testemunhar a excelência do serviço, um galardão atribuído pela instituição bancária numa parceria com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos e que visa distinguir projectos inovadores de conservação e gestão da diversidade biológica em Portugal.



sexta-feira, 5 de junho de 2009

Train Station w&b


Comboios enferrujados, linhas abandonadas, estações vandalizadas e até ocupadas por famílias de etnia cigana, ainda fazem parte da paisagem de algumas zonas do país, nomeadamente em Trás-os-Montes e Alentejo. Valorizar o património com a recuperação das linhas para a instalação de ecopistas, transformar antigos dormitórios e estações em pequenas unidades hoteleiras e museus ligados à ferrovia são os projectos que a Invesfer, empresa que gere o património da REFER, gestora da infra-estrutura ferroviária nacional tem em curso.







Este projecto conta com o apoio dos municípios, que, em alguns casos reabilitam por sua iniciativa o património abandonado. Vicente Pereira, responsável da Invesfer adianta que os edifícios mais emblemáticos vão ser recuperados para criar uma rede de pequenas pousadas, que vão priveligiar os antigos dormitórios dos ferroviários. A transformação de estações em núcleos museológicos é outro dos projectos em curso. A ecopista resume-se ao aproveitamento do canal ferroviário para actividades de lazer, muito ligadas ao turismo de natureza.

Num total de mais de 600 quilómetros de linhas ferroviárias desactivadas e muitas estações abandonas, inclui-se a estação de Sousel, agora, ilegalmente ocupada por uma família. A natureza tomou conta da linha que, durante tantos anos serviu a população do Concelho. Cerrada de ervas secas, serve, hoje, de mesa a algumas dezenas de animais que todos os dias ali passam. A Junta de Freguesia cerrou as portas e janelas do edifício principal. De ano para ano, assiste-se à degradação desta bonita paisagem...


O Alentejo é a zona que concentrou mais atenções do encontro que se realizou em Évora, em Maio de 2008, no qual se discutiu o futuro do património ferroviário português. Para a região existem várias intervenções projectadas em linhas e ramais desactivados. Em Estremoz, o comboio de mercadorias deixou de ir ao centro da cidade e a estação será reconvertida num museu ligado à actividade ferroviária.
Segundo o Diário de Notícias, muitos quilómetros de carris vão dar lugar a ecopistas. Falam, nomeadamente, dos ramais de Évora-Mora, Évora-Reguengos de Monsaraz, Montemor-Torre da Gadanha, Estremoz-Vila Viçosa, Beja-Mora e Estremoz-Portalegre. Este último, vai servir para apresentar o Ciclorail (bicicletas adaptadas aos carris).